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O seu passado dificulta o seu presente?

Updated: Feb 14



“Eu não sou capaz”.

“Eu sou uma fraude”.

“Eu não mereço ser feliz”


Você já disse a si mesmo essas frases e acreditou nelas? Pois é, essas são as famosas crenças negativas, que surgem através de uma rede de memória que temos, por isso, podemos dizer que em algumas situações o passado dificulta o nosso presente. Neste artigo vou explicar como isso acontece no nosso cérebro e como surgem as crenças negativas.



Neste artigo:





Nossas memórias são armazenadas por associação, que englobam na maioria das vezes: sentidos, pensamentos, emoções, sensações corporais e crenças. Formando assim uma rede de memórias que conectam o presente com o passado. Quando essas memórias são integradas de forma adaptativa elas se tornam a base primária da:

  • aprendizagem;

  • autoestima;

  • desenvolvimento de recursos;

  • comportamentos positivos.

Porém, nem sempre essas associações acontecem dessa forma e acabam se tornando mal-adaptativas/disfuncionais e base primária da:

  • patologia;

  • padrões negativos de comportamento, afeto, sensações;

  • crenças distorcidas (“mentirinhas" que o nosso cérebro nos conta) sobre si e os outros.

O que é preciso ter em mente é que a memória mal-adaptada não surge a partir da experiência que a pessoa viveu e sim a intensidade dos sentimentos vividos por ela durante o evento ocorrido. Por isso, uma pessoa pode desenvolver uma fobia sem "nenhuma" explicação racional e outra pessoa pode ter vivido uma experiência horrível e não ficar traumatizada.



A memória mal adaptada em alguns momentos pode, inconscientemente, assumir o "controle" do presente. Isso ocorre quando situações ou experiências como ela acontecem, disparando no presente uma reação do passado. Por isso, em alguns momentos não compreendemos o nosso comportamento e chegamos a acreditar que eles são “sem sentido", por exemplo: uma crise de ansiedade, fobia, ou um medo sem motivo aparente.


Viver assim é muito difícil, mas através da psicoterapia é possível neutralizar essa memória perturbadora e integrá-la com outras de experiências similares. Atenção! Neutralizar não significa apagar ou alterar uma memória. Uma abordagem que se vem mostrando eficaz para integrar essas memórias é a terapia EMDR (Eye Movement Desessitization and Reprocessing).



A terapia de EMDR começou a ser desenvolvida em 1987, quando a Francine Shapiro descobriu os efeitos da dessensibilização através de movimentos espontâneos dos olhos. Em suas pesquisas ela comprovou que através da estimulação dos movimentos oculares, toques táteis e tons auditivos, o cérebro consegue reprocessar uma experiência, algo semelhante ao sono REM (período de movimentos oculares rápidos).


Para ficar mais fácil de entender vou compartilhar um caso que a Francine Shapiro relata em seu livro, deixando o seu passado no passado:


Joe buscou a terapia EMDR, pois se sentia infeliz no trabalho e percebia que lá não era um lugar adequado, mas não conseguia juntar forças para mudar de emprego.


Nas fases iniciais ele dizia: “Eu não consigo buscar e conseguir o que eu quero”. Utilizando os procedimentos de EMDR ele se lembrou de estar brincando com uma bola no patamar das escadas quando era garotinho.


Sua mãe ordenou que não descesse as escadas. Mas a bola rolou e ele correu animadamente atrás dela. A mãe alcançou-o, agarrou-o pelo braço e bateu nele, punindo-o por correr atrás do que queria.


Esse acontecimento no seu cérebro se tornou a memória mal-adaptada, que instalou a crença negativa de não se sentir capaz de conseguir buscar o que queria, e consequentemente o impedia de agir na vida adulta.



A terapia EMDR é baseada em um protocolo integrativo constituído de 3 etapas: passado, presente e futuro. Dentro destas 3 etapas existem 8 fases, que não necessariamente ocorrem em 8 sessões.


Primeiro você vai falar sobre o que está te afetando, depois vamos compreender alguns fatos da sua vida. O próximo passo é definir os alvos, isto é, a memória mais antiga relacionada com a crença negativa que está te perturbando atualmente.


Nas seguintes fases vamos utilizar os movimentos bilaterais para dessensibilizar e instalar conexões de redes cognitivas positivas. As fases 6 e 7 são focadas em checagem e fechamento do processo. A fase 8, ocorre após a memória alvo ser neutralizada, e seu o objetivo é avaliar os efeitos do tratamento, antecipando a experiência negativa e assegurando que a dessensibilização ocorreu de forma eficaz.


Acredito ser válido falar sobre um dos inúmeros benefícios do EMDR: não precisar repetir os eventos ruins a cada sessão, pois todo o trabalho será feito pelo seu cérebro através da estimulação que ele receberá durante as sessões.


Por fim, compreendendo o funcionamento do nosso cérebro é possível ter a noção da proporção das crenças negativas ocupam o nosso inconsciente e que não conseguir agir não está relacionado a falta de querer, é sinal que existe algo muito mais forte te impedindo e é preciso do cuidado correto.


Ficou curioso(a) para saber mais sobre a abordagem EMDR e como ela pode te resgatar do seu passado? Agende sua sessão: atendimento.giovannadonno@gmail.com




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