Quantas vezes você já se pegou pensando que não tem sorte no amor porque vive escolhendo com o dedo podre? O dedo podre nada mais é do que a repetição de um padrão de comportamento. Entender o que se repete é muito importante, mas antes disso você precisa entender o que ocorre no seu cérebro, o que faz você continuar preso(a) nesse padrão de relacionamentos.
Neste post
Explicando o "dedo podre"
Vou te dar um exemplo para você entender melhor como funciona o “dedo podre” no nosso cérebro. Entre as opções abaixo, qual é a mais fácil para você?
Seguir um caminho conhecido, aquele que você nem precisa pensar muito porque já tem tudo registrado na memória e sabe até os momentos de desviar dos buracos sem prestar muita atenção ("Modo automático").
ou
seguir um caminho novo sendo guiado por um GPS, precisando estar mais atento, focado e consequentemente mais tenso, pois você não reconhece as ruas.
A opção 1 é a que o nosso cérebro escolhe automaticamente, pois, é muito melhor seguir o conhecido do que se aventurar no desconhecido. O conhecido pode ser um caminho cheio de buracos, sem iluminação e sinalização, mas ele é o caminho que você sabe o que esperar e como deve agir. Estar nessa situação desperta a sensação de segurança, não por o conhecido ser realmente seguro, mas, porque você sabe o que precisa fazer.
As pessoas que dizem ter dedo podre para relacionamentos, buscam (de forma consciente e inconsciente) vincular-se com pessoas com padrão de comportamento conhecido. Essa "busca" é guiada pelas experiências memorizadas sobre relacionamentos. Nesse caso, elas são baseadas na insegurança, provavelmente sustentadas por uma crença negativa.
Quem alimenta a insegurança?
As nossas inseguranças não estão em nós sem nenhum motivo! Sabe aquelas frases: "o amor não é pra mim", "não mereço ser amada", "eu não presto", "não sou bom o suficiente" e "sou uma vergonha'’? Elas são exemplos de crenças negativas que surgem quando vivemos uma situação adversa.
Elas ficam registradas no nosso inconsciente e quando estamos vivendo situações semelhantes elas podem surgir e assumir o “controle” do nosso cérebro, fazendo com que agíssemos no modo automático, isto é, seguindo os mesmos padrões de comportamentos, mesmo sem querer.
Como recuperar o controle do cérebro?
Primeiro é importante reconhecer quais são os seus desejos e os seus maiores medos em relação aos relacionamentos amorosos para então sair do modo automático e assim começar o processo de autoconhecimento.
Depois disso, busque identificar de onde vem essa crença negativa: Quando foi a primeira vez que você se sentiu assim? - Provavelmente você tem uma memória no passado que moldou o seu comportamento. É necessário compreender o que você viveu e entender aquele seu “eu” do passado, pois ele ainda está no presente com você. No entanto, hoje você é capaz de fazer diferente.
Mas atenção! Algumas memórias não conseguimos entender sozinhos e precisamos de ajuda. O processo de psicoterapia pode te auxiliar nessa jornada de autoconhecimento e transformação. Para ficar mais fácil de entender deixo aqui um exemplo de um caso tratado pela abordagem EMDR.
"Justine não tinha dificuldades em conseguir namorados. Sua dificuldade era mantê-los. Agora, aos 25 anos de idade, ela geralmente escolhe homens complicados, que não estão emocionalmente disponíveis. Toda vez que se encontra em um relacionamento, ela se torna absorvente e o namorado acaba terminando a relação. Quando isso acontece, ela começa a chorar histericamente, caindo de joelhos e agarrando-se às pernas do namorado (...) Na terapia, a causa desse comportamento foi rastreada no seu passado até o evento que acontecera aos seis anos de idade. Justine vivia com os seus pais em uma casa de dois andares. Naquela noite, houve uma tempestade forte que apavorou. No seu quarto no andar de cima, ela começou a chorar e gritar chamando por sua mãe e pai. No entanto, eles estavam na cozinha no andar de baixo. A tempestade abafou os seus gritos e eles não ouviram. Eles nunca foram salvá-la e ela acabou chorando sozinha até cair no sono."
Fonte: Deixando o seu passado no passado, Francine Shapiro
O que a tempestade de Justine tem a ver com os relacionamentos dela?
Nesse caso podemos ver três temas: medo de ser abandonada, solidão e antecipação de rompimentos. A experiência da tempestade deixou registrado que precisar de ajuda tem como consequência ser abandonada, e no seu inconsciente terminar um relacionamento se associou com essa experiência vivida na infância.
Justine sabendo que os relacionamentos podem ter fim, "buscava" homens emocionalmente indisponíveis e "alterava" o seu padrão de comportamento, para antecipar o término e consequentemente passar por essa dor conhecida. A busca e a alteração de comportamento dela não acontecia porque ela queria, isso ocorria, porque ela perdia o controle do seu cérebro e quem assumia o controle era a sua memória, isto é, a garotinha de 6 anos com medo da tempestade.
Você se identificou com o caso da Justine? Quer se libertar dos seus traumas?
Agende sua sessão comigo: atendimento.giovannadonno@gmail.com
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